Eleições acabaram: e agora?

Findadas às eleições. Agora é o momento de avaliar os estragos perante instituições, cenário internacional, setor econômico e imprensa. Essa avaliação leva tempo. Mas algumas coisas já podem ser apontadas como resultado desse pleito.



Primeiramente, o que fica claro é que a eleição de Jair Messias Bolsonaro representa um momento de ruptura na política brasileira. Ouso dizer que no futuro, essas eleições são vistas como um marco em nossa história, tal qual foi o fim do período de governos militares no Brasil.

O que começa a se evidenciar que é viveremos uma nova fase. No entanto, ainda é impossível definir se essa fase será positiva ou negativa. Logo de cara, do ponto de vista econômico, Bolsonaro aponta para busca de contatos com grandes potências e se distancia um pouco, de amarras provocadas por acordos e grupos, como o Mercosul.

Reação no exterior

Diante disso, o que me surpreende é a suavidade com que Bolsonaro é “recebido” pelos demais governos. O que percebi foi uma, aparente, falta de agressividade. O pós-eleição os chefes de estado de maior destaque no cenário internacional têm cumprido a esperada ação protocolar de saudar o eleito. Esse processo tem transcorrido sem maiores sobressaltos, o que, depois de uma conturbada eleição, até surpreende.

Vale destacar que estes acenos positivos, a exemplo do que afirmou o presidente norte-americano Donald Trump, não significam necessariamente, sucesso ou mudanças da posição do Brasil no cenário econômico internacional. O reflexo desse primeiro passo só poderá ser sentido e impactar (ou não), na vida dos brasileiros a partir do próximo ano.

Em relação a imprensa internacional, esta, continua reagindo negativamente à eleição de Bolsonaro. A promessa é que os órgãos e entidades ficarão de olhos atentos ao Brasil para assegurar que os direitos de grupos e minorias continuarão sendo respeitados e defendidos. No entanto, a democracia brasileira e suas instituições não chegam a ser uma grande preocupação, por hora.

Imprensa

Quem sai mais abalada dessas eleições é a imprensa brasileira. Após uma cobertura marcada pelos equívocos, tomada de partido e ataques e contrapesos. Isso faz com que espectadores e leitores, sintam descrédito diante dos principais meios.

Muitos meios fizeram, e farão, oposição clara a Bolsonaro. Por isso acabam sendo desprezados e abertamente criticados pelo novo presidente, como o caso da Folha de São Paulo. Mas diante da calmaria instalada nesse pós eleições, pode ser que o discurso de alguns veículos percam o eco do que representaram durante a campanha.

Isso, para mim, é algo preocupante. O rechaçamento da imprensa, como um todo, não é algo necessariamente justo ou bom, para a boa saúde da política e democracia brasileira. Em alguns momentos a mídia, talvez, não tenha sido a grande responsável por essa maré de descrédito. O grande vilão que leva a falta de confiança se deve mais ao festival de boatos e notícias faltas, disseminadas por ambos os lados no pleito.

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