Eu sou feminista?


Quem vos fala é uma mulher, solteira, de 29 anos, que até bem pouco tempo atrás se considerava feminista. Hoje não sei mais. Eu me considerava feminista porque sempre acreditei, e continuo acreditando, que mulheres não são melhores ou piores que homens, mais fracas ou passivas que eles. Somos apenas iguais.



Eu acreditava que deveria lutar, sim, por direitos iguais. Lutar para poder ser o que eu bem quisesse. Mas atualmente não sei se as coisas continuam assim. Não que eu não continue acreditando nessas mesmas coisas. Mas está difícil encontrar um caminho para essa luta.



O movimento feminista entrou numa vibe maluca de se caracterizar por bando de mulheres loucas, que andam pelas suas seminuas. Ou então mulheres que declaram que não raspam mais ou próprios pelos, usam perfume ou maquiagem. Aí eu pergunto: que porra isso tem a ver com feminismo? Não acredito que esse tipo de manifestação ou comportamento me represente. Aliás, não sei quem, diabos, isso representa?



Quando luto pelos meus direitos o faço levantando cedo todo dia para estudar, trabalhar, ganhar o meu dinheiro, adquirir aquilo que desejo sem depender de ninguém. Compreendo que a cultura em que vivemos faz com que recaia sobre a mulher mais responsabilidades que sobre os homens.



Um exemplo claro disso está na frase "mulher deve ganhar menos porque engravida", proferida por um certo político e que tem repercutindo bastante. Como uma mulher engravida é normal que um empregador, ao escolher ao contratar um homem ou uma mulher, escolha o homem, antevendo que este, caso se torne pai, terá menos dias de afastamento ao trabalho do que ela, por exemplo.



Ninguém duvida da capacidade da mulher, profissionalmente falando. Porém seria hipocrisia dizer que o mercado de trabalho fecha aos olhos a esse fato. Mas daí o que o cenário politico tem a ver com isso? Está escrito na Constituição que não pode haver discriminação. mas isso, infelizmente ainda não basta. Porque a mesma constituição também discrimina, subliminarmente, mas discrimina.



Espero que um dia, talvez, quem sabe as políticas públicas, venham para equilibrar as forças e evitar que esse tipo de coisa aconteça



Uma ideia




Como no exemplo que citei acima, onde a mulher, pode engravidar e ter mais tempo de afastamento do trabalho, pode acabar ficando atrás do homem na hora de conquistar uma vaga no mercado de trabalho ou o melhor salario. Essa questão seria facilmente resolvida de homens e mulheres tivessem o mesmo tempo de licença maternidade e paternidade.



Mataríamos dois coelhos com uma cajadada só. Calaríamos a boca daqueles que dizem que mulher deve ganhar menos porque engravida, bem como mostraríamos que homens e mulheres deveriam ter a mesma responsabilidade nos cuidados com o filho recém nascido. Enquanto a mãe amamento o pai faz a comida, arruma a bagunça da casa ou troca as fraldas... e por ai vai.



Sei que estamos loooonge desse universo utópico que estou descrevendo. Porque ainda assim, muitos homens, mesmo que façam as atividades com sua esposa/companheira amiga, pouco pensam a respeito delas.



Isso tem a ver com aquela questão da tal da carga mental. Eles agem apenas como executores de tarefas, enquanto elas é quem tem que pensar no que precisa ser feito, na comida a ser feita, na roupa a ser lavada, nos ítens que precisam ser incluídos na lista de compras, etc, etc etc… só de pensar em tantas coisas que as mulheres precisam planejar em seu cotidiano de atividades domésticas fiquei cansada… por isso vou terminando por aqui esse devaneio…. Sem conseguir descobrir se ainda sou feminista...

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